CULTURA-ARQUIVO 2020

“Alguien tiene que morir”

Ana Ferreira

28 de Dezembro de 2020

Alguien tiene que morir é uma minissérie lançada em Outubro deste ano pelas mãos da Netflix. Criada por Manolo Caro, o criador da Casa das Flores, a história decorre em Espanha durante a ditadura franquista. Gambino (Alexandro Speitzer) filho de pai espanhol e mãe mexicana (Cecilia Suárez) regressa do méxico onde viveu nos últimos dez anos, com Lázaro.

A amizade entre os dois suscita algumas dúvidas e suspeitas na mente dos amigos e conhecidos de Gambino, bem como no seio da própria família quando descobrem que Lázaro é bailarino.

Num país onde ninguém é livre de ser, falar ou sentir, a vinda dos dois jovens toma contornos que nenhum dos dois poderia imaginar. A homofobia, preconceito e os “bons costumes” transformam por completo a vida desta família que há muito se encontra dividida.

São três episódios bastantes curiosos que retratam bastante bem a realidade da época em que decorre a história. E se não viram ainda a Casa das Flores do mesmo criador podem aproveitar para ver também.

“The Prom”

Sam Blue

21 de Dezembro de 2020

Hoje trago-vos mais um musical para alegrar estes dias mais obscuros. “The Prom” é uma comédia musical, que estreou a 11 de dezembro deste ano, realizada por Ryan Murphy (“Glee”) e que conta com a participação de grandes nomes como Meryl Streep (“Mamma Mia”), Nicole Kidman (“Moulin Rouge”) e James Corden (conhecido pelo seu famoso Carpool Karaoke).

O filme conta a história de um conjunto de artista da Broadway, que vêm o seu musical arrasado pela crítica, acusando-os de serem narcisistas e decadentes, e, por isso mesmo, decidem apoiar uma causa para terem boa publicidade e limparem a sua imagem. É ao vaguearem pelo Twitter, que encontram Emma Nolan (Jo Ellen Pellman), uma adolescente lésbica, que mora em Indiana e vê o baile de finalistas cancelado pela Comissão de Pais para que esta não possa levar a sua namorada consigo.

Os quatro artistas decidem então deslocar-se para Indiana, para ajudarem Emma. No desenrolar do musical vamos conhecendo melhor a história de Emma, que é bem mais dura do que se pensava inicialmente, de Barry Glickman (James Corden), que acaba por ter uma história bastante semelhante a Emma, e, que apesar de ter outros interesses inicialmente, acaba por se deicar levar pelas emoções, e de Dee Dee Allen (Meryl Streep), que apesar de se mostrar uma pessoa fria e narcisista, é, bem no fundo, alguém com um coração de ouro, que foi partido. Será que conseguirão dar um baile a Emma? Conseguirá Emma levar a sua namorada consigo? E os outros adolescentes, será que aceitarão as diferenças?

Embora o filme dececione por não ter músicas que fiquem no ouvido, e por ser um pouco longo de mais para a história que conta, também acaba por ser bastante divertido e fácil de ver. Honestamente, para mim, que sempre gostei de musicais, especialmente na minha adolescência, o facto de ver um filme deste género com uma protagonista lésbica é estrondoso, e é representatividade valiosa para todas as pessoas, que como eu, adorem este género.

“Philadelphia”

Ana Ferreira

14 de Dezembro de 2020

Philadelphia foi o primeiro filme com temática LGBT que me recordo de ver, estávamos em 1996 creio e vê-lo hoje não tem o mesmo impacto que teve naquela altura como podem imaginar mas alerta-nos para o facto de que infelizmente ainda existe muito preconceito, LGBTI+ fobia, discriminação e muito desconhecimento e receio relativamente ao HIV/SIDA.

O filme foi lançado em 1993, dirigido por Jonathan Demme (Silêncio dos Inocentes) com o roteiro de Ron Nyswaner (Freeheld) e uniu três grandes actores num dos primeiros filmes a falar sobre HIV/SIDA. Tom Hanks (Andrew Beckett), Denzel Washington (Joe Miller) e Antonio Banderas (Miguel Alvarez) contracenaram neste grande filme que valeu o Óscar de Melhor Actor para Tom e o de Melhor Canção Original para Bruce Springsteen.

Não vou revelar a história do filme nem pormenores do mesmo, deixo-vos apenas a indicação de que este é um filme de temática LGBT que não devem perder pois foca inúmeras questões pelas quais ainda lutamos hoje em dia. Vinte sete anos depois ainda existe muito trabalho para fazer na luta pelos direitos das pessoas LGBTI+ sobretudo em países que dão passos atrás em matéria de direitos humanos.

“Hunters”

Ana Ferreira

06 de Dezembro de 2020

Hunters estreou este ano na Amazon Prime Video e foi criada por David Weil. Uma história com um elenco fabuloso e bastante familiar como é o caso de Al Pacino, Josh Radnor, Dylan Baker, Logan Lerman, Lena Olin, Saul Rubinek e Jerikka Hinton. Esta é uma história singular sobre um grupo de caçadores de nazis que decorre em Nova Iorque no final da década de setenta. Um grupo de pessoas une-se e descobre pessoas que cometeram crimes durante a segunda guerra mundial protegidas pelo regime nazi e que vivem sob falsos nomes nos Estados Unidos da América.

No decorrer da história Millie (Jerikka Hinton) detective do FBI depara com vários assassinatos de cientistas entre outras pessoas que parecem não ter qualquer relação, mas a trama vai bem mais longe que ela está à espera. As duas facções da lei cruzam-se e descobrem que afinal algo maior une a lista de alvos dos caçadores de nazis, a Operação Paperclip, uma operação realizada pelo serviço de inteligência militar dos EUA que realocou cientistas alemães nos EUA após a segunda guerra mundial.

Uma série que nunca é bem o que parece numa época em que várias lutas se cruzam e que fala de questões como o racismo, xenofobia, ideologias de extrema-direita, homofobia entre outras. Para quem ficar fã da série não desespere pois vamos ter uma segunda temporada.

“Glee”

Sam Blue

30 de Novembro de 2020

“Glee” é uma série de comédia musical que foi transmitida pela Fox, entre 2009 e 2015, contando com 6 temporadas. Esta série centra-se no coro do Liceu William McKinley, que vê o seu professor dirigente ser despedido por má conduta. Sem dirigente, o coro vê então os seus dias contados, até que o simpático professor de espanhol do liceu, Will Schuester (Matthew Morrison), antigo membro do coro, decide assumir o controlo.

Ao longo de toda a série, o coro, agora chamado New Directions, vai acolhendo um grande número de alunos, muito talentosos, mas que como todos os adolescentes, se deparam com os seus dramas, sendo através destas histórias que Glee aborda temas relacionados com orientação sexual, etnia, sexualidade, entre outros. Somos, então, na primeira temporada, levados a conhecer adolescentes como a ambiciosa Rachel (Lea Michele), filha de um casal homossexual, que sempre sonhou viver no estrelato, o irreverente Kurt (Chris Colfer), um rapaz gay, que luta para sair do armário e dar asas à sua potente voz, a cheerleader Quinn (Dianna Agron), que apesar de pertencer a uma família conservadora, acaba grávida, a latina Santana (Naya Rivera), que acaba por confessar estar apaixonada por uma amiga, entre tantos outros tantos adolescentes, com histórias de vida marcantes, que nos ensinam a acreditar na perseverança.

A primeira temporada de Glee foi nomeada para diversos prémios, desde Emmys a Globos de Ouro, e para muitos de nós, pessoas da comunidade LGBTI, foi o primeiro contacto que tivemos com personagens potencialmente representativas. Uma vez que é uma série com tantas temporadas, o elenco vai sendo renovado, no entanto é e será um must para todos aqueles que gostem de musicais e dramas de adolescentes, que ao fim e ao cabo acabam por abordar temas bastante pertinentes e presentes.

“I May Destroy You”

Ana Ferreira

17 de Novembro de 2020

I May Destroy You é uma mini série criada por Michaela Coel, que também faz parte do elenco e interpreta o papel de Arabella. A série apresentada pela HBO decorre em Inglaterra na actualidade e conta-nos diversos acontecimentos da vida de três jovens adultos. Arabella é escritora, Terry (Weruche Opia) actriz e Kwame (Paapa Essiedu) que dá aulas de fitness.

Terry vai de férias para Itália com Arabella e conhece dois homens num bar com quem tem sexo, mas será que o encontro entre os três foi casual ou existe algo mais por detrás desta história.

Arabella procura inspiração para o seu livro e depois de regressar de Itália, vê a sua vida alterar-se após uma saída à noite com amigos. Um sentimento avassalador preenche-a e apesar de nada se lembrar ela acredita que algo de muito errado aconteceu.

Kwame encontra-se com um homem que conheceu numa rede social de encontros, adepto de sexo casual o encontro decorre naturalmente até que ele decide ir-se embora e é ai que tudo se descontrola.

O consentimento inexistente como personagem central da história, relatado de uma forma dura que nos mostra a forma como tantas vezes as vítimas são tratadas, como o silêncio consome as pessoas que não são respeitadas e as repercussões que isso lhes traz. Uma série contada de forma invulgar e que vale a pena ver.

“The Haunting of Bly Manor”

Sam Blue

09 de Novembro de 2020

“A Maldição de Bly Manor” (The Haunting of Bly Manor no original) é uma série americana de terror, que estreou a 9 de Outubro de 2020, criada por Mike Flanagan, baseada no trabalho do autor Henry James, sendo considerada a segunda temporada da série “A Maldição de Hill House”, embora ambas as histórias não estejam conectadas.

Esta série começa com um casamento, onde uma misteriosa convidada decide contar a história de Dani Clayton (Victoria Pedretti), uma jovem americana, que se muda para o Reino Unido à procura de uma nova vida. Após responder a um anúncio de jornal, Dani é contratada para ir trabalhar para a mansão Bly, para tomar conta de Milles (Thomas Nicholson) e Flora (Amelie Bea Smith), duas estranhas crianças que perderam os seus pais de forma trágica e misteriosa.  Consoante o tempo vai passando, Dani, e nós espectadores, vamos descobrindo mais sobre esta estranha mansão, os que lá trabalham, e sobre a história de amor trágica da sua antecessora, descobrindo que a mansão está assombrada, e encontrando consolo nos braços da jardineira da casa, Jamie (Amelia Eve).  

Ao longo da história, somos levados várias vezes ao passado das diversas personagens, descobrindo os vários segredos da família Wingraves e da mansão Bly. Será que a história de amor de Dani e Jamie acabará da mesma forma que todas as outras histórias de amor reveladas ao longo da história? Se são amantes de histórias de fantasmas e de terror relativamente leves, mas com uma linha de acontecimentos que começa por ser misteriosa, mas se vai tornando mais clara, vejam a série e descubram vocês mesmos!

“A Million Happy Nows”

Ana Ferreira

02 de Novembro de 2020

A Million Happy Nows estreou em 2017 e é protagonizado por Jessica Leccia e Crystal Chappell. A história mostra-nos as dificuldades do casal a partir do momento em que Lainey (Crystal) percebe que tem Alzheimer e tenta encobrir da sua parceira e assessora Eva (Jessica).

As duas mudam-se para uma terra pacata para uma casa com vista para o mar com o intuito de Lainey descansar das filmagens da telenovela em que trabalha como actriz há vários anos, tendo decidido parar alegando cansaço mas não explicando o que já suspeitava ter. (Curiosamente Crystal participou na telenovela Days of our lives que decorre na NBC desde 1965)

Eva começa a desconfiar que algo não está bem e confronta Lainey a ir ao médico e descobrem que tal como esta suspeitava ela tem alzheimer. O filme transporta-nos pela decadência mental provocada pela doença de uma mulher activa e cheia de vida e as dificuldades com que a sua parceira tem de lidar, bem como, as mudanças que provoca no relacionamento amoroso.

“POSE”

Sam Blue

27 de Outubro de 2020

“Pose” é uma série americana, que estreou em 2018, onde é retratada a cultura de bailes da Nova Iorque dos anos 80/90, e, que nos dá a conhecer as batalhas da comunidade LGBT+, afro-americana e latina. Esta série foi muito aclamada por retratar a realidade que era vivida por certas minorias, contando sempre com um elenco bastante representativo, sendo a série que conta maior número de atrizes transgénero.

Para quem não está familiarizado com o que são estes bailes tão referidos, estes eram eventos underground em que diversas Casas competiam por Troféus em diversas categorias. Casas estas, que eram como famílias de acolhimento para pessoas pertencentes a minorias, que de outra forma não teriam a quem recorrer.

A série começa então por centrar-se em Blanca (MJ Rodriguez), uma mulher trans que após descobrir que tem VIH decide criar a sua própria casa, a Casa Evangelista. Na sua busca por jovens desfavorecidos, mas talentosos que possam pertencer a sua casa, Blanca acaba por acolher Damon (Ryan Jamaal Swain), um jovem afro-americano, homossexual, que fora expulso de casa e sonhava ser bailarino, Angel (Indya Moore), uma bela e jovem mulher trans, que se prostitui por falta de alternativa, e Lil’ Papi (Angel Bismark Curiel), um jovem latino, que vende droga em segredo. E é, ao fim e cabo, nas histórias de todas estas personagens, e tantas outras em situações semelhantes que esta série se foca.

“Pose” mostra-nos o quão difícil a luta pela sobrevivência era para toda a comunidade, mostra-nos, com cenas reais as lutas vividas pelos ativistas do ACT UP, para travar a pandemia da SIDA, mostra-nos também que muitas vezes a prostituição acaba por ser a solução para um beco sem saída, mas que apesar de tudo, de todas as provações da vida todos temos sonhos, e, por fim, mostra-nos uma realidade de crimes contra mulheres trans, que infelizmente ainda hoje é vivida.

Aconselho vivamente que vejam “Pose”, que reflitam sobre todas as lutas retratadas, as que foram vencidas e as que ainda estão por vencer, mas preparem a caixa dos lenços, pois apesar de ser uma série muito realista, sóbria e espetacular, é capaz de emocionar até os expectadores mais difíceis.

“My Days of Mercy”

Ana Ferreira

19 de Outubro de 2020

Ellen Page (Freeheld e Gaycation) e Kate Mara (House of Cards e 24) contracenam em My Days of Mercy (Meus dias de compaixão em português) filme de 2019 realizado por Tali Shalom Ezer.

O filme conta-nos a história de duas pessoas que se encontram em manifestações à porta de cadeias americanas mas de lados opostos da reivindicação. Se Mercy (Kate) defende a pena de morte, afirmando que é a única pena possível para crimes violentos Lucy (Ellen) defende a abolição da mesma, pois o seu pai foi condenado à morte por homicídio.

Ambas acreditam ter a razão do seu lado e deslocam-se de cidade em cidade manifestando-se pela sua causa. Apesar da discordância sobre a questão da pena de morte as duas mulheres acabam por se apaixonar e envolver numa relação romântica, mas infelizmente nem tudo pode ser como elas desejam.

“Kipo e as Criaturas Incríveis”

Sara Estrela

12 de Outubro de 2020

Kipo e as Criaturas Incríveis (Kipo and the Age of Wonderbeasts no original) é uma série de animação da DreamWorks. Nesta série as personagens vivem num cenário pós apocalíptico, porém em vez de Zombies comedores de carne, temos animais que adquirem características especiais (múltiplos braços/dimensões gigantescas/capacidade de fala e inteligência) e que têm como objetivo odiar e eliminar a raça humana, pela forma que a mesma tratava os animais durante a fase da supremacia humana.

Kipo, uma jovem humana especial, que cresceu e viveu dentro de um abrigo subterrâneo, vê-se sozinha na superfície após a destruição do seu abrigo por um super mutante. Durante a viagem de Kipo para tentar reencontrar seu pai, ela conhece alguns amigos novos, “Wolf”, Benson e o seu companheiro Dave (mutante) e a pequena Mandu (uma porquinha de 6 patas que se torna uma espécie de animal de estimação para o grupo).

Durante o desenrolar da história iremos descobrir imensas características sobre as nossas personagens. Para além da vontade de Kipo em viver em harmonia entre os humanos e os mutantes (uma espécie de metáfora para todos os tipos de ódio do mundo), descobrimos ainda, através de uma das poucas saídas do armário literais em desenhos animados, que Benson é gay. Durante o decorrer da série são apresentadas outras personagens LBGTI+, como por exemplo Asher que cresceu no abrigo com a Kipo e é referida pelos criadores da história com os pronomes “they/them“ e confirmada como sendo não binária, e Troy, um jovem do abrigo que convida Benson para um encontro.

Assistam a esta série para descobrir quais os segredos que ajudarão Kipo e os seus amigos a salvar o mundo do domínio dos super mutantes e a perceber se estes são realmente os verdadeiros vilões da história.

“O Fim do Armário”

Ana Ferreira

06 de Outubro de 2020

“Ninguém é realmente livre se a liberdade não for para todos.” Esta é a frase que se pode ler na contra capa do livro de Bruno Bimbi, O Fim do Armário. O livro foi editado pela Sextante em Agosto passado e a edição portuguesa contém capítulos sobre acontecimentos no Brasil e sobre a extrema direita europeia.

Comecei a ler este livro sem saber muito bem ao que ia, tendo sido adquirido segundos depois de ter visto a sua divulgação na internet, mas a realidade era bem melhor do que o que o exterior do mesmo afirmava e passado algumas páginas agradeci ao meu impulso literário.

Bruno Bimbi é jornalista, escritor e activista argentino, foi um dos responsáveis pela campanha que levou à aprovação do casamento igualitário na Argentina, coordenou a campanha no Brasil e foi assessor do deputado brasileiro Jean Wyllys.

Assumidamente homossexual, Bruno faz-nos viajar entre histórias pessoais, relatos de outras pessoas e toda uma bagagem de conhecimentos do mundo em geral e dos seus preconceitos e hipocrisias que conduzem tantas vezes à violência e morte de pessoas LGBTI+.

Não vou desvendar muito do livro, porque acredito que a magia é mesmo essa, a descoberta. Está dividido em sete capítulos, cujos títulos falam por si e que aconselho vivamente a lerem. Para todas as pessoas que acreditam que está tudo conquistado desenganem-se pois a luta ainda agora começou.

“Tales of the City”

Sam Blue

29 de Setembro de 2020

“Histórias de São Francisco”é uma minissérie americana que estreou em 2019, baseada na saga com o mesmo nome, escrita por Armistead Maupin, entre 1978 e 2014, e conta com a participação de diversos atores e atrizes, que participaram previamente na anterior adaptação da saga para uma série televisiva.

Esta minissérie foca-se inicialmente em Mary Ann Singleton, que, após 23 anos de ausência, regressa a São Francisco para o 90º aniversário da sua antiga senhoria, Anna Madrigal, e acaba por se reencontrar com o seu irremediável passado, através do seu ex-marido e da sua filha Shawna, com quem nunca teve uma relação de mãe e filha, por causa da sua ausência. Consoante a história se vai desenvolvendo, vamos conhecendo os diversos e complexos jovens adultos, agora, albergados por Anna Madrigal, desde a já anteriormente mencionada Shawna, que vive uma intensa relação com uma fotografa misteriosa, a Jake Rodriguez, que vive tempos difíceis com a sua namorada desde que iniciou a sua transição e começou a sentir atração por homens.

Ao longo dos episódios, embora não tenha uma posição de destaque inicial, Anna Madrigal começa a receber cartas misteriosas e anónimas, que ameaçam revelar o seu mais precioso segredo, e onde a acusam de ser uma fraude. Mas, qual será o segredo desta personagem que nos acaba por ser tão querida? Quem será o ameaçador remetente destas cartas? E é o passado misterioso de Anna que acaba por nos deixar tão colados na série, esperando sempre que este, e outros segredos se desvendam.

“Os Otimistas”

Ana Ferreira

21 de Setembro de 2020

Rebecca Makkai faz-nos viajar entre Chicago dos anos 80 e Paris de 2015, numa viagem preenchida pela dor da perda e da transformação do mundo, pela impotência perante a violência com que a pandemia do HIV ceifou vidas e o quanto transformou as vidas de quem sobreviveu.

A ignorância e o preconceito, o fechar de olhos de governos e responsáveis médicos, o nojo e medo estampado no rosto de pessoas familiares e amigas, o afastamento e a solidão, o estigma da “doença Gay” que nunca o foi, entre outras sensações e factos está bem presente nas palavras de Rebecca que preenchem tão bem Os Otimistas (The Great Believers no original).

Editado em Portugal em 2019 pela Asa o livro foi finalista do Pulitzer Prize, tendo arrematado vários outros prémios, mais do que merecidos. Um livro de leitura sôfrega e de uma dura realidade, a de que ainda não se vê o fim desta doença avassaladora que tantas vidas atinge todos os anos por todo o mundo.

A fusão das várias histórias permite-nos sentir que nada é garantido e que a qualquer momento o que temos poderá nos ser retirado, quer pela revogação de uma lei, quer por um qualquer vírus, quer por uma fé inabalável que cega as pessoas. Um livro fabuloso que vale a pena ler para nunca esquecer.

“Trinkets”

Sam Blue

14 de Setembro de 2020

“Trinkets” é uma série da Netflix, criada por Kirsten Smith, Amy Andelson e Emily Meyer, baseada no livro homónimo, também de Kirsten Smith, que estreou a junho de 2019.

Este drama cruza as histórias das adolescentes Elodie Davis, que se muda para Portland, para viver com o seu pai aquando a morte trágica da sua mãe, Moe Truax, uma rapariga super inteligente, que cresceu no seio de uma família carenciada e  Tabitha Foster, que aparentemente tem uma vida perfeita. Estas adolescentes que, à vista desarmada não têm nada em comum, conhecem-se, então, numa reunião de cleptomaníacos anónimos, e acabam por estabelecer uma amizade improvável.

Consoante mergulhamos na vida destas personagens, deparamo-nos com os diversos temas e dramas, que poderão ser vividos na adolescência. Desde a homossexualidade de Elodie e a sua relação complicada com o seu pai e madrasta, que tanto se preocupam com ela, à violência no namoro de Tabitha, e às dificuldades enfrentadas por Moe para conseguir a bolsa de estudo com que tanto sonha.

Durante as 2 temporadas existentes são muitos os temas pertinentes e atuais abordados por esta série, podendo destacar-se, tal como mencionado acima, a homossexualidade, a violência no namoro, o racismo e as diferenças sociais. Conseguirá este grupo de amigas superar todas as dificuldades da adolescência? Conseguirão elas deixar de roubar? Dando uma oportunidade a esta série, poderão ficar a saber…

“Encontra-me”

Ana Ferreira

07 de Setembro de 2020

Find Me (Encontra-me na versão portuguesa) é o último livro de André Aciman, foi escrito em 2019 e traduzido para português, tendo sido lançado em Março deste ano. André conta-nos a história de Samuel, Elio e Oliver de Call Me By Your Name vários anos depois. Call Me By Your Name foi escrito em 2007 e adaptado para o cinema, estreando em 2017. A história passa-se em Itália e envolve-nos no romance entre o filho de Samuel, um adolescente de 17 anos Elio e o jovem académico Oliver que vai passar uma temporada em casa de Samuel na Itália.

Em Find Me, a história está separada em três partes começando por acompanhar Samuel numa viagem de comboio que o leva rumo a uma vida diferente.  Segue-se Elio, já como professor num Conservatório e por fim Oliver em plena mudança de casa.

André consegue transformar as relações destas três pessoas tão diferentes e o seu desejo de serem amados, de viverem intensamente, sem tabús e preconceitos em palavras que nos permitem viajar.

Uma história de amor com imensas perdas, ao mesmo tempo simples e complexa, tão rica em sentimentos e sensualidade. No final do ano passado já se falava de uma sequela para o cinema de Call Me By Your Name, mas enquanto não sai podem sempre desvendar um pouco do que será através das palavras de André Aciman.

“The Owl House”

Sam Blue

01 de Setembro de 2020

“The Owl House” (conhecido como “Casa da Coruja”, no Brasil) é um desenho animado da Disney, criado por Dana Terrace, que, pela primeira vez na história da Disney, tem como personagem principal uma adolescente bissexual, Luz Noceda.

Luz é uma adolescente de 14 anos, que vive com a sua mãe, que se debate para que os adultos em seu redor consigam entender a sua imaginação muito fértil. Um dia a sua mãe decide enviá-la para um campo de férias onde lhe ensinarão a distinguir a realidade do imaginário, mas, Luz encontra, por acidente, um portal para um mundo paralelo, onde tudo que sempre imaginou é real e decide lá ficar secretamente por uns tempos.

Neste mundo paralelo, Luz conhece Eda, uma bruxa tresloucada, e King, uma criatura fofa com um complexo de superioridade, que a acolhem de braços abertos para ser aprendiza de bruxa. Ao longo da série acompanhamos o crescimento de Luz, que acaba por entrar numa escola de bruxaria, e somos levados a descobrir a verdadeira e obscura história de Eda.

Este desenho animado traz visibilidade e representatividade bi, o que é bastante importante sobretudo no caso dos adolescentes, tendo episódios cheios de cenas fofas, engraçadas e de aventuras mirabolantes, conseguindo ser adequado também a adultos (cá em casa toda a gente ficou colada ao ecrã) que gostem de animação e boa representatividade.

“About Ray”

Ana Ferreira

24 de Agosto de 2020

About Ray, estreou em 2015 no Festival Internacional de Cinema de Toronto e conta-nos a história de um adolescente trans. Ray nasceu com características sexuais identificadas como femininas mas nunca se identificou com o género feminino. Educado no seio de uma família composta pela sua mãe, a sua avó e a namorada desta, Ray sempre teve apoio e prepara-se para começar o seu processo de transição hormonal quando se deparam com uma complicação legal.

E ainda que todas as pessoas deste trio familiar apoiem Ray na sua demanda pela afirmação da sua identidade muitas dúvidas surgem devido à sua tenra idade de 16 anos e à preocupação de todas as questões médicas envolventes à sua transição.

O filme foca levemente diversas questões relacionadas com a transexualidade, mudanças e pensamentos que possivelmente serão comuns quer em termos parentais, quer a qualquer adolescente que tantas vezes anseia por uma mudança que tarda em chegar.

No mês em que celebramos os dois anos da aprovação da Lei sobre o Direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e à proteção das características sexuais de cada pessoa, é bom lembrar que ainda existe muito para fazer em questões Trans e Não-Binárias, que existem muitas questões sem resposta, muita burocracia, muito tempo de espera e muitos muros para serem derrubados de forma a que todas as pessoas possam ser quem são.

“Warrior Nun”

Sam Blue

17 de Agosto de 2020

“Warrior Nun” é uma série americana de Simon Barry, baseada na banda desenhada “Warrior Nun Areala” de Ben Dunn, que foi filmada em diversos locais de Espanha e conta com a participação de um conjunto de atores muito variados, de entre eles a jovem atriz portuguesa Alba Baptista, do famoso ator português Joaquim de Almeida e também da bela atriz argentina e trans May Simón Lifschitz.

Esta série conta-nos a história de uma jovem mulher, tetraplégica, que morre e acaba por voltar a vida graças a um artefacto divino, que vai parar acidentalmente ao seu corpo. Nesta nova oportunidade para viver, Ava Silva (Alba Baptista), acorda com a capacidade de mexer todos os seus membros, e ainda com superpoderes, mas nem tudo são rosas. Graças ao artefacto que agora possui, a jovem vê-se perseguida por uma ordem de freiras guerreiras, a Ordem da Espada Cruciforme, que exige que Ava se junte a elas para ser a sua nova líder, ou que desista da sua nova vida e entregue o artefacto. Ava vê-se então num dilema, ou se junta à Ordem e os ajuda a combater os demónios presentes na Terra, ou se torna numa fugitiva para sempre.

“Warrior Nun” consegue ser uma série interessante para quem gosta de fantasia, acabando por fazer algumas críticas à Igreja, e fazendo algumas alusões à homossexualidade de algumas freiras da ordem, e, prendendo o espectador ao ecrã para descobrir qual a decisão final de Ava. Embora, a meu ver, a série, tenha muito para explorar em relação às questões queer, ainda não se sabe se haverá ou não uma segunda temporada para matar a curiosidade dos expectadores mais ávidos por representatividade.

“Work in Progress”

Ana Ferreira

10 de Agosto de 2020

Work in Porgress é uma série de comédia americana que estreou no final de 2019 e que conta a história de Abby, uma mulher lésbica com 45 anos que vive desde jovem com depressões e comportamentos obsessivo-compulsivos. A série foi criada por Abby MCEnamy e Tim Mason e contou também na produção com Lilly Wachowski, já bem conhecida de filmes como o Matrix e séries como o Sense8 entre outros.

Ainda só existe uma temporada composta por oito episódios com um humor refinado muito bom e para já está prevista uma segunda temporada que deverá ser gravada lá para o final do ano se a pandemia permitir.

A história foca inúmeros aspectos e questões relacionados com a população LGBTI+ e a diferença de idades entre as várias personagens relata de uma forma bem simples a evolução de direitos, mentalidades, leis entre outras questões, que Abby por exemplo não vivenciou enquanto jovem. A série está bem construída e por entre risos faz-nos pensar seriamente em muitas das questões que vão sendo abordadas.

Esperamos que a segunda temporada não se atrase muito e pode ser que esta seja uma das prendas do sapatinho no natal.

“She-Ra e as Princesas do Poder”

Sam Blue

03 de Agosto de 2020

Hoje falar-vos-ei de “She-Ra e as Princesas do Poder”, reboot da série “She-Ra: Princesa do Poder” de 1985, que é uma série de desenhos animados americana, foi desenvolvida por Noelle Stevenson e produzida pela DreamWorks, estreou em 2018 e já conta com 5 temporadas.

Esta série desenvolve-se no planeta Etheria e conta a história de Adora, uma órfã, que é criada para pertencer ao exército da Horde, liderado pelo tirano Lord Hordak, cujo principal objetivo é conquistar o planeta. Tudo muda, quando Adora encontra uma espada mágica, e descobre que tem o poder de se transformar em She-Ra, uma heroína que teria de salvar Etheria. Adora acaba por travar amizade com membros da Rebelião e por perceber que os objetivos da Horde eram mais maléficos e menos transparente que o que lhe fizeram crer enquanto crescia, passando a lutar lado a lado com a Rebelião e as princesas para derrotar Hordak e o seu exército, deixando para trás, a sua antiga vida.

Posso garantir-vos que é uma série divertida, cheia de ação, e melhor ainda, cheia de representatividade, contando com personagens de diversas orientações sexuais, contando até mesmo com uma personagem não-binária, sendo por isso, uma ótima alternativa para que estes temas sejam introduzidos a pessoas mais jovens, sem a complicação toda que muitas vezes vem associada a estes temas.

“13 Reasons Why”

Ana Ferreira

27 de Julho de 2020

A série que vos trazemos hoje chama-se 13 Reasons Why e é uma série da Netflix baseada no livro de Jay Asher (Por treze razões, de 2007) que podem encontrar à venda no site da Wook por exemplo, caso prefiram ler um livro. A série estreou em 2017 e terminou este ano após 4 temporadas.

Não é simplesmente mais uma série sobre adolescentes, mas sim uma série que aborda diversos temas que muitas vezes são silenciados, considerados tabú ou motivo de vergonha. Nestas quatro temporadas foram abordadas questões como suicídio, homossexualidade, bullying, assédio, violação, doença mental, violência nas escolas, SIDA, toxicodependência entre outras que foram envolvendo directa ou indirectamente cada uma das personagens.

A história começa a ser contada em formato de K7 numa era digital, tendo sido a forma que Hannah, a personagem central da série encontrou para contar o que lhe aconteceu. São demasiados os segredos que estes jovens guardam e aos poucos eles vão sendo revelados e irão mudar a vida de todas as pessoas envolvidas.

“Not a boy, not a girl”

Sam Blue

21 de Julho de 2020

Esta semana, uma vez que se celebrou há pouco tempo o Dia Internacional das Pessoas Não Binárias, trago-vos “Not a Boy, Not a Girl”, que é um documentário realizado por Janine Cohen.

Neste documentário, passado na Austrália, podemos seguir vários adolescentes e pré-adolescentes e as duas famílias, percebendo a forma como percecionam a sua identidade de género. São abordados temas como quais os tratamentos médicos disponíveis para pessoas não binárias, qual a preparação dos profissionais de saúde, qual a aceitação das famílias, e acima de tudo, faz-nos entender, que apesar de todas as pessoas visadas no documentário serem não binárias, todas elas tem uma forma muito diferente de percecionarem o seu género e de se expressarem, precisando, por isso de cuidados de saúde e acompanhamentos diferentes.

Ao ver a forma como as coisas são diferentes na Austrália (e não só), podemos aperceber-nos do longo caminho que o nosso país tem pela frente, até que consiga finalmente atender bem a todas as necessidades da população não binária, por forma a abranger toda a multiplicidade que abarca, caminhando para que as pessoas deixem de ser invisíveis, categorizadas e muitas vezes ridicularizadas, como se tem vindo a verificar (não só em Portugal).

Aconselho a visualização do documentário, não só a pessoas não binárias, mas a todas aquelas que gostariam de entender mais do assunto, e que gostariam de abrir os olhos para outras realidades, para que possam desmistificar a não binaridade e para que possam entender que esta abrangerá sempre múltiplas identidades diferentes, pois afinal, somos todos humanos, somos todos seres únicos, com experiências únicas.

“O quarto de Giovanni”

Ana Ferreira

13 de Julho de 2020

O quarto do Giovanni é um dos romances de James Baldwin e foi publicado a primeira vez em 1956 treze anos antes das Revoltas de Stonewall, numa época em que os direitos LGBTI+ ainda estavam bem longe do que são hoje nos Estados Unidos. James foi viver para Frnaça na década de quarentena para fugir ao racismo e homofobia.

O livro conta a história do romance entre David oriundo de Nova Iorque e Giovanni, italiano que se conhecem em Paris. David tem uma experiência sexual com um rapaz quando era miúdo mas sempre negou e afastou a ideia de ser bissexual, porque a sua educação considerava algo imoral. Quando conhece Giovanni todas as suas certezas são postas em causa e os seus medos afloram, soltando as dúvidas da sua sexualidade até então reprimida.

Enquanto Hella passa uma temporada em Espanha ponderando se aceita ou não o pedido de casamento efectuado por David, este envolve-se com Giovanni e fica a morar no seu quarto.

E é este quarto que dá o nome ao livro, que tanto poderá ser real como uma metáfora para a batalha de sentimentos de David que trava  dentro de si. Uma história de incertezas e dúvidas, muito bem escrita e que recomendo vivamente.

“All in my Family”

Sam Blue

07 de Julho de 2020

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa muito apaixonada pela cultura chinesa, que tem tanto de fascinante como de diferente da nossa, e foi isso que me motivou a ver “Esta é a Minha Família”, um documentário da Netflix, realizado por Hao Wu.

Durante este documentário, Hao Wu (referido como Clayton) conta-nos que nascera e crescera na China, que sempre fora aqui o que era expectável que fosse, mas que sempre se sentiu diferente, e que por isso fugiu para os Estados Unidos muito cedo para sair do controlo da sua família. Já nos EUA, Clayton acaba por sair do armário e passados alguns anos conhece o seu namorado Eric, e, é depois de estar numa relação estável com Eric, que Clayton decide que quer contar à sua família tradicionalista que é homossexual.

É nesta saída do armário, nas relações intrafamiliares, nos depoimentos nus e crus da família, que este documentário se centra. Ao vê-lo podemos submergir na cultura chinesa, e perceber duma forma bastante fidedigna, embora neste caso bastante animadora também, como é ser-se homossexual na cultura chinesa, levando-nos a refletir no quão parecidas as reações acabam por ser, por haver ainda um papel que nos é atribuído à nascença e que devemos desempenhar para não desiludir os nossos.

Este documentário é bastante curto e é uma boa opção para todos aqueles que gostam de perceber outras culturas, sendo uma viagem bastante genuína pela vida de outra pessoa, que como todos nós, apenas quer ser ela própria, sem limites nem barreiras. É ainda de louvar toda a coragem do realizador, por ter filmado algo tão íntimo da sua vida, como as relações entre famílias.

“The Umbrella Academy”

Sam Blue

30 de Junho de 2020

Hoje trago-vos uma série ligeiramente diferente do habitual, menos melancólica, com um pouco mais de acção e um tanto ou quanto cómica. The Umbrella Academy é uma série norte-americana de super-heróis, criada por Steven Blackman e baseada na homónima série de banda desenhada da Dark Horse Comics.

Esta série conta a história de sete bebés que nasceram misteriosamente de mulheres que não estavam grávidas, no mesmo dia, em partes distintas do globo. Esses bebés, tão especiais, são posteriormente adotados pelo excêntrico milionário Sir Reginald Hargreeves, que as educa explorando os seus superpoderes e criando uma equipa de super-heróis.

E passados muitos anos, após a morte do milinário, 6 dos irmãos voltam a reunir-se, sendo eles, o forte e obediente Luther, cujo super poder é a sua força, o revoltado Diego, que tem uma excelente pontaria e rapidez de movimentos, a bonita Allison, que tem a capacidade de lançar boatos que se tornam realidade, o homossexual e masoquista, Klaus, que consegue falar com os mortos e a violinista Vanja, que aparentemente, é a única que não tem qualquer superpoder, e que por isso sempre fora ostracizada.  É durante o funeral, que Número 5 (irmão há muitos anos desaparecido) aparece vindo do futuro e lhes revela que está a ser perseguido e que se não atuarem juntos, o mundo será destruído.

Conseguirão estes irmãos ultrapassar as suas diferenças e lutar juntos? Conseguirão ultrapassar os traumas passados e descobrir os segredos da sua família tão disfuncional? Será que Vanja era ostracizada apenas porque não tinha poderes? São algumas das perguntas que são respondidas durante a primeira temporada desta série, onde somos levados para um mundo onde pessoas com superpoderes nem sempre são os heróis da história, onde percebemos que nem tudo que parece é, e, que consegue criar nos espectadores sentimentos muito dispares pelas personagens envolvidas na história.

E para aqueles que já conhecem, ou para aqueles que ficarem fãs, preparem-se… A Temporada 2 já foi confirmada e estreia a 31 de julho!

“Any Day Now”

Ana Ferreira

23 de Junho de 2020

Any Day Now é um drama realizado por Travis Fine, passado nos Estados Unidos na década de 70, sobre um casal homossexual que deseja criar uma criança com Síndrome de Down abandonada pela mãe. Foi o filme escolhido para encerrar o nosso primeiro Ciclo de Cinema LGBTI de Viseu e garanto-vos arrancou lágrimas à quase totalidade da plateia.

Alan Cumming (L Word, Good Wife e para quem é fã da Marvel no X-Men), interpreta Rudy Donatello que realiza uma performance drag num bar gay. Paul Fleiger é interpretado por Garret Dillahunt (12 Years a Slave e No country for old men), é um advogado gay ainda no armário.

Os dois conhecem-se no bar onde Alan trabalha e envolvem-se. Quando Alan regressa a casa descobre que a vizinha foi presa e o filho Marco de catorze anos foi deixado sozinho em casa. Ele começa a cuidar de Marco e consegue a guarda temporária da criança até que a sua sexualidade e a sua relação com Paul são reveladas.

A batalha legal pela custódia da criança remete-nos para uma realidade crua onde nem sempre o amor prevalece. O preconceito e a discriminação numa época em que ser gay e adoptar uma criança era ainda mais complexo do que nos dias de hoje. Um filme brilhante com interpretações fantásticas que vale a pena ver e com um final surpreendente.

“Little Fires Everywhere”

Ana Ferreira

15 de Junho de 2020

Depois de Big Little Lies Reese Witherspoon premeia-nos mais uma vez com uma brilhante interpretação em Little Fires Everywhere. A minissérie estreou em março deste ano e é baseada no livro com o mesmo nome de Celeste Ng.

Entre outros actores encontramos também Kerry Washington (Django e Scandal). Reese e Kerry, Elena e Mia respectivamente, são duas mulheres de origens sócio-económicas diferentes, com valores e formas de viver a vida completamente distintas e que cujas histórias se cruzam provocando um remoinho de acontecimentos na vida de ambas.

A história gira em torno das suas vivências e das relações entre a filha de Mia e os filhos/as de Elena, sendo todos/as adolescentes com idades muito próximas e que se envolvem numa espiral de segredos e acontecimentos que mais tarde ou mais cedo possivelmente virão à tona.

A série aborda ferozmente questões de parentalidade, diferenças sociais, racismo, homofobia e igualdade de género e os oito episódios passam rápido demais apesar de terem cerca de uma hora cada, e fazem-nos querer saber mais sobre cada uma das personagens.

Infelizmente ainda não há notícias se a minissérie termina mesmo ou se irá existir uma segunda temporada, mas até lá vejam que vale a pena. As interpretações estão excelentes e não desaponta. Toquem na imagem para acederem ao trailer!

“How To Get Away With Murder”

Ana Ferreira

08 de Junho de 2020

How to get away with murder terminou o mês passado e já deixa saudades. Da mesma produtora de Grey’s Anatomy e Scandal, Shonda Rhimes envolve-nos numa trama de advocacia e assassinatos que nos fazem duvidar constantemente da integridade de cada personagem.

Viola Davis interpreta Annalise Keating, uma brilhante advogada cuja vida se torna uma espiral de acontecimentos que a cada minuto nos surpreende. O elenco conta também com Billy Brown, Amirah Vann, Alfred Enoch, Matt McGorry entre outros. A história mostra-nos o dia a dia de um grupo de estudantes de advocacia do qual Annalise é a mentora.

A série foi bastante premiada e Viola Davis que está de parabéns pela sua representação mais uma vez, foi a primeira mulher afro-americana a ganhar o Emmy Award de melhor actriz em série dramática com a sua representação.

Temas como racismo, sexualidade, desigualdade social entre outros são focados ao longo da série por entre os casos que Annalise vai defendendo. São seis temporadas que valem a pena ver de uma das melhores séries que saiu nos últimos anos na minha opinião.

“Como esquecer”

Ana Ferreira

02 de Junho de 2020

Como esquecer é um drama brasileiro realizado em 2010 inspirado no romance Como Esquecer – Anotações quase Inglesas, de Myriam Campello. Ana Paula Arósio interpreta Júlia, uma professora de literatura inglesa que é abandonada pela namorada com quem teve um relacionamento durante dez anos. Júlia leva-nos ao mundo da dor e da perda, num misto de depressão e na busca inconsciente de uma saída.

Num laivo de força Júlia concorda em morar com o seu amigo Hugo (Murilo Rosa), cujo namorado faleceu recentemente e com Lisa (Natália Lage) que também atravessa uma fase complicada na sua vida.

A tristeza e a alegria vão se misturando na vida destas três personagens e a forma como o filme foi produzido, com citações de Virginia Woolf e Emily Bronte entre conversas e memórias transmite-lhe uma certa profundidade.

“Se tu soubesses”

Sam Blue

25 de Maio de 2020

Hoje falar-vos-ei dum filme, muito simples, singelo e bastante recente (estreia a 1 de maio de 2020), chamado “Se tu soubesses…”, que é uma comédia romântica juvenil da Netflix, realizada e escrita por Alice Wu e que se centra maioritariamente na história de três jovens , adolescentes, Ellie Chu, Paul Munsky e Aster Flores, interpretados respetivamente por Leah Lewis, Daniel Diemer e Alexxis Lemiré.

Ellie é uma aluna de excelência, filha de emigrantes chineses, que habita com o seu pai desempregado, e, para poder ajudar o seu pai com as despesas da casa, aceita fazer os trabalhos dos seus colegas em troca de dinheiro. Por isso, um dia, Paul faz-lhe um pedido especial, pedindo-lhe que escrevesse uma carta de amor para a sua paixoneta Aster Flores, uma rapariga latina, que por sua vez, também já tem uma relação bastante séria.

Embora inicialmente Ellie não quisesse aceitar, a necessidade de ajudar o seu pai acabou por falar mais alto. O pior acontece quando atrás dessa carta, Paul lhe pede outra carta, e outra carta, e outra… E Ellie, por norma introvertida e solitária, acaba a construir uma amizade, e… a apaixonar-se por Aster. Será que a amizade vai resistir? Será que Aster descobre quem realmente lhe escreve aquelas cartas?

Este é, como disse antes, um filme muito singelo, que nos leva a refletir sobre o amor e as suas várias formas e feitios, sendo ao mesmo tempo uma história de amizades improváveis, não sendo contudo, o filme mais indicado para quem procura ação ou histórias de amor explosivas e fervorosas, pois embora incrivelmente bom a nível cinematográfico, a história desenrola-se sempre de uma forma muito suave.

“Mrs America”

Ana Ferreira

19 de Maio de 2020

Estreou em Abril deste ano e recomendo vivamente. Mrs America é uma minissérie americana criada por Dahvi Waller sobre o movimento político para aprovar a Emenda dos Direitos Iguais (ERA – Equal Rights Amendment).

Do lado da luta que considera que a ERA irá destruir a ideia de família e o papel da mulher na sociedade e encabeçando o movimento que defende ideais anti-feministas temos numa interpretação brilhante Cate Blanchet no papel de Phyllis Schlafly, a fundadora do movimento STOP ERA.

Entre as defensoras da ERA temos Rose Byrne como Gloria Steinem, a criadora da revista feminista Ms, Uzo Aduba como a primeira mulher negra a concorrer à presidência e Tracey Ullman como Betty Friedan a autora do livro “A Mística Feminina”, entre outras personagens que deram voz à luta pela igualdade de direitos.

Curiosamente esta emenda permanece pendente há cerca de 48 anos devido ao facto de, segundo a lei ela ter de ser ratificada por 38 estados e até este ano se encontrava pendente por 1 estado. Apesar de este ter ratificado não significa que a luta esteja terminada porque existem estados que pretendem voltar atrás.

“Disobedience”

Sam Blue

11 de Maio de 2020

“Desobediência” é um drama realizado por Sebástian Lello, baseado num romance com o mesmo nome, escrito por Naomi Alderman, que estreou em 2017 no Festival Internacional de Toronto.

Este filme emerge-nos na vida de Ronit (Rachel Weisz), uma fotografa judaica, a viver em Nova Iorque, que se vê obrigada a regressar à sua terra natal, uma pequena comunidade de judeus ortodoxos, localizada no norte de Londres, aquando a morte do seu pai, o rabi dessa mesma comunidade.

Ronit é muito bem recebida pelo seu amigo de infância, David Kuperman (Alessandro Nivola), agora casado com uma grande amiga de infância de ambos, Esti, no entanto, consoante a história se vai desenrolando, vamo-nos apercebendo que Ronit não é muito bem vinda na comunidade, e apercebemo-nos, que esta terá sido ostracizada e renegada pelo seu pai, mas porquê? Apercebemo-nos também do clima de amor-ódio que se vive entre Esti e Ronit, terá isto a ver com o distanciamento de Ronit?

“Desobediência” faz-nos, então, refletir, sobre temas como a relação da bissexualidade e da homossexualidade com o judaísmo, e no quanto isso influenciou a vida de todas as personagens da história, levando-nos a perceber que, ainda hoje, muitos de nós, vivem escondidos, com medo de represálias das suas religiões, e de serem afastados e ostracizados pelas suas famílias.

“Prayers for Bobby”

Ana Ferreira

04 de Maio de 2020

Prayers for Bobby é um drama de 2009 baseado em factos reais da vida da família de Bobby Griffith. O filme foi dirigido por Russell Mulcahy (dirigiu também a série Queer as Folk entre outros trabalhos) que nos transporta até ao final dos anos 70, início dos anos 80 para uma pequena cidade na Califórnia e para uma família bastante conservadora.

Bobby é um rapaz que luta constantemente contra o que ele considera serem os seus defeitos e erros para ser perfeito aos olhos da mãe, mas quando percebe que nada tem de errado tenta lutar pela sua vida e recuperar o tempo que viveu enclausurado em si próprio.

Sigourney Weaver é Mary a mãe do jovem Bobby (Ryan Kelley), uma mulher que vive segundo os ensinamentos evangélicos da Igreja Presbiteriana e que acredita que a homossexualidade do seu filho pode ser curada se ele quiser.

Um filme que nos mostra um dos vários dramas familiares que a ignorância e o preconceito podem provocar e as consequências dos mesmos. No mês do Dia Internacional da Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia este é um filme a ver ou rever, para lembrar que nem todas as pessoas são ainda livres para ser elas próprias.

“Steven Universe”

Sam Blue

27 de Abril de 2020

Steven Universe é uma série de desenhos animados norte-americana, criada por Rebecca Sugar, pessoa bissexual e não-binária, para o Cartoon Networks. Esta série é, atualmente, conhecida como uma das mais representativas de toda a comunidade queer/LGBTI.

Steven Universe fala-nos da história de um universo onde existem Joias, que são seres intergalácticos, que planeavam invadir e destruir o Planeta Terra, só que Rosa Quartzo, uma das mais importantes joias, acabava por apaixonar-se pela beleza do planeta Terra e forma um grupo de Joias, as Joias de Cristal que passaram a proteger a terra da sua própria espécie. Rosa acaba por abdicar da sua forma física para que o seu filho, Steven, pudesse nascer.

Esta série centra-se, então, no Steven, meio humano, meio joia, já pré-adolescente, que vive com Pérola, Ametista e Granate, as Joias de Cristal. Juntos protegem Beach City e a Terra dos ataques infrutíferos das Joias para destruir a Terra.

Ao longo da série vamos conhecendo algumas personagens representativas da comunidade LGBTI, como por exemplo, a Grenate, que é o resultado de uma história de um amor proibido entre duas Joias, Ruby e Safira, cuja relação e fusão deu origem a esta personagem tão distinta; ou de Pérola que viveu uma história de amor com Rosa, até que por sua vez se apaixonou pelo pai de Steven.

Este são só meros exemplos de personagem representativas, no entanto, se nos aventurarmos a ver a série podemos encontrar representatividade lésbica, não binária, pansexual e até mesmo intersexo, sendo por isso, uma série que aborda de forma aberta e subtil as diversas questões relacionadas com orientação sexual e identidade de género, com muitas aventuras e ação à mistura.

“Atypical”

Fátima Cartaxo

23 de Abril de 2020

Casey e Izzie são duas personagens adolescentes da série da netflix “Atypical”.

Para quem não conhece, deixo-vos a sinopse oficial da Netflix: “Quando um adolescente no espectro autista decide arranjar uma namorada, a sua busca por independência lança toda a família numa viagem de autodescoberta”.

Este texto contém spoilers!

Casey é irmã de Sam e conhece Izzie na 2.ª temporada, quando mudou de escola. Apesar de não se terem dado bem inicialmente, ao longo da temporada começa-se a notar um clima de romance entre as duas.

Felizmente, a terceira temporada confirmou que não se tratava apenas de queerbaiting e a química entre as personagens é notória. Infelizmente, adotou o estereótipo de associar pessoas LGBT a descobrirem-se enquanto tal a traição, e a trajetória das duas enquanto casal também tem sido algo conturbada.  Espero que melhore na próxima temporada.

Apesar disto, e erros à parte, é uma série que recomendo no seu todo. Atypical consegue falar‑nos de assuntos sérios com um humor muito leve que ao mesmo tempo sabe pôr-nos a refletir. As personagens são complexas e bem desenvolvidas. Os episódios duram cerca de 30 minutos e até ao momento existem 3 temporadas. A netflix já anunciou a renovação para a 4.ª temporada, que será a última.

Por último, gostaria de salientar a importância de haver personagens LGBTIQ representadas por pessoas LGBTIQ, como é o caso de Brigette Lundy-Paine, que interpreta Casey.

Para quem viu, que acharam da série e deste casal? 😊

“Self Made”

Ana Ferreira

20 de Abril de 2020

Self Made é uma mini série americana que retrata uma fase da vida de Madam C. J. Walker (Sarah Breedlove). Sarah foi a primeira mulher que se tornou milionária nos Estados Unidos desenvolvendo e comercializando produtos de cosmética. Octavia Spencer interpreta Madam C. J. Walker que apesar das diversidades que teve de enfrentar na época por ser uma mulher negra conseguiu singrar no mundo dos negócios e melhorar a vida de inúmeras mulheres negras.

Numa altura em que a emancipação dos escravos ainda era bastante recente nos Estados Unidos da América encontrar apoio financeiro sendo mulher e negra não se tornou a tarefa mais simples mas a sua perseverança e persistência fê-la alcançar de uma forma ou de outra os seus objectivos.

A série deslumbra-nos com a história de Madam que além de empresária era activista e filantropa. Tiffany Haddish interpreta Leila Walker a filha de Madam que se vê envolvida num casamento falhado com um homem de quem não gosta e que ainda que pressionada pela mãe para casar novamente e ter filhos consegue libertar-se da amarra do preconceito e viver a sua sexualidade.

“Annie on My Mind”

Sam Blue

16 de Abril de 2020

 “Annie On My Mind” é um livro de Nancy Garden, lançado em 1982, que conta a história de amor de duas adolescente nova-iorquinas, Liza Winthrop, a protagonista e narradora, e Annie Kenyon.

Liza e Annie são duas adolescentes de 17 anos, que residem na cosmopolita cidade de Nova Iorque, com backgrounds muito distintos. Liza, sempre residiu na cidade, numa zona mais rica com seus pais e irmão mais novo, anda numa escola privada e sempre ambicionou e se esforçou para conseguir entre no MIT para estudar arquitetura. Por sua vez, Annie, é filha de emigrantes italianos, e vive com a sua família numa zona mais pobre de Manhattan, e, ambiciona entre na Universidade da Califórnia para singrar como cantora.

Apesar de terem histórias e objetivos muito diferentes, quis o destino que estas se conhecessem no Metropolitan Museum of Art (Museu Metropolitano da Arte), num dia chuvoso. Rapidamente se tornaram amigas e se apaixonam. 

Toda a história é contada de uma forma singela e inocente como são alguns romances da adolescência, o que faz com que o livro seja bastante simples de ler. Mas, será que todos estes objetivos não as impedirão de ter um futuro juntas? Será que o preconceito da época ditará o fim da sua relação? Será que a sua história de amor terá um final feliz? E são estas questões que nos prendem à história do início ao fim.

“Al Berto”

Ana Ferreira

13 de Abril de 2020

Al Berto foi o filme com que abrimos o Ciclo de Cinema LGBTI de Viseu o ano passado, tendo sido realizado em 2017. É um drama biográfico realizado por Vicente Alves do Ó, que relata um período da vida de um dos mais carismáticos poetas portugueses da segunda metade do século XX e a sua relação com o irmão do realizador do filme.

Al berto é interpretado por Ricardo Teixeira, actor que protagoniza o último filme de William Vitória (Por detrás de portas) e João Maria do Ó por José Pimentão.

Depois de uns anos em Bruxelas, Alberto Raposo Pidwell Tavares regressa a Sines e instala-se no palácio da família, onde desfruta uma vida em comunidade após a queda da ditadura. Apaixona-se por João Maria, mas a mentalidade portuguesa ainda não estava preparada para tanta liberdade.

Um filme bem construído e com uma banda sonora bem adaptada e que promete surpreender. Aproveitem a quarentena e vejam ou revejam o filme!

“Queer Eye”

Sara Estrela

09 de Abril de 2020

Queer Eye é uma serie norte-americana ao estilo de reality show em que o elenco inteiramente constituído por homens gays que se auto intitulam de Fab Five ,“remodela a vida” de um pessoa sugerida por familiares ou amigos .

Os vários membros do elenco representam áreas diferentes da transformação da pessoa nomeadamente Antoni Porowski (Comida e Vinho), Bobby Berk (Designer), Karamo Brown (Cultura), Jonathan Van Ness (cudados pessoais) e Tan France (Moda).

Esta série leva-nos a vários cenários de transformação pessoal, tanto no que toca ao aspeto externo, bem como a transformação interna dos participantes, mostrando-nos várias vezes uma alteração de postura dos mesmos em relação à comunidade LGBT. Contudo é também no elenco que observamos as dores e as dificuldades que espelham a comunidade, apesar das suas histórias de vida (algumas bastante complicadas) todos os episódios têm uma conotação extremamente positiva em relação à vida e em especial à comunidade LGBT.

“120 Battements par Minute”

Ana Ferreira

06 de Abril de 2020

Em alturas de quarentena trago-vos um filme que fala de um vírus que assolou a humanidade na década de 80 e que ainda hoje é o responsável por muitas mortes. Apresentámos o filme no nosso ciclo de cinema o ano passado e para quem não teve a oportunidade de estar presente aproveitem esta altura para o ver pois é um filme extraordinário.

120 batimentos por minuto é um filme francês de 2017 realizado por Robin Campillo que nos deslumbra com uma visão excepcional da França dos anos 90 e o drama da SIDA. A história recorda-nos o trabalho do grupo ativista Act Up e os seus esforços para que a sociedade reconhecesse a importância da prevenção e do tratamento da SIDA.

Adèle Haenel (Portrait of a lady on fire, do qual já falamos em Junho de 2019) é uma das protagonistas deste brilhante filme. Uma história tocante de quem nunca desiste de lutar em prol de algo maior do que a sua existência.

Act Up – Grupo político de base internacional que trabalha para acabar com a pandemia da Aids. 

GAT – Grupo de Activistas em Tratamentos

Checkpoint LX – Centro de apoio do GAT dirigido aos homens que têm sexo com homens, para o rastreio rápido, anónimo, confidencial e gratuito do VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis

Médicos do Mundo – Organização não-governamental que luta contra todas as doenças

“Watch Me Exist”

Sam Blue

02 de Abril de 2020

“Watch Me Exist” é uma curta-metragem de Fox Fisher e Jaime Fletcher, disponível no YouTube, adaptada de uma peça de teatro denominada “Humanequin”, escrita por Kelly Jones.

Esta curta fala-nos de 3 pessoas amigas e trans que experienciam a transição e a disforia de género de forma bastante diferente umas das outras. Max, uma dessas pessoas, acaba por não aguentar toda a pressão e disforia e desistir da sua vida. É, então, desta forma muito suave, mas um tanto ou quanto arrepiante, que são abordados temas como o suicídio de pessoas trans (que, não por acaso têm uma taxa de suicídio bastante alta), a resiliência da comunidade, a amizade e a esperança dos que continuam a lutar, por si próprios e pelos que partem.

O que me emocionou mais nesta curta, para além do tema sensível, foram as músicas todas elas brilhantemente interpretadas por artistas trans, com letras que nos tocam a alma e que nos fazem pensar na nossa própria identidade e realidade.

“I Am They”

Sam Blue

30 de Março de 2020

“I Am They – A Non Binary Love Story” é um documentário, disponível no YouTube, realizado por Fox Fisher, que aborda as lutas e dificuldades da população trans e não binária.

Este documentário conta a história de amor entre Fox Fisher (pessoa que realizou), pessoa não binária transmasculina e de Owl Fisher, pessoa não binária transfeminina, que se deparam com a impossibilidade de se casarem como não binárias. Esta impossibilidade leva o casal a debruçar-se sobre a invisibilidade das pessoas trans e não binárias e a falta de direitos que as salvaguardem e reconheçam como tal, tais como o reconhecimento legal, a falta de acesso a cuidados de saúde, falta de linguagem inclusiva e todas as outras questões inerentes à invisibilidade. Então, para poderem consciencializar a população para estas questões, o casal decide casar-se na mesma, organizando uma cerimónia simbólica.

Ao longo de todo o documentário, o casal vai entrevistando várias pessoas, também elas trans e nãos binárias, para que o expectador vá sendo elucidado sobre a luta desta comunidade, a discriminação e o peso que a invisibilidade tem nas suas vidas.

É um documentário educacional, que embora se passe no Reino Unido, é representativo das batalhas das pessoas não binárias em muitos outros países. 

“Um Homem Singular”

Ana Ferreira

26 de Março de 2020

A Single Man (Um Homem Singular) foi escrito em 1964 por Christopher Isherwood, escritor assumidamente homossexual nascido em Inglaterra em 1904, tendo-se tornado cidadão americano na década de quarenta. As suas obras estão maioritariamente relacionadas com Berlim, onde permaneceu longas temporadas durante os anos pré segunda guerra mundial.

Esta obra de Isherwood decorre na américa dos anos sessenta e conta-nos a história de um professor de meia idade destroçado pela súbita morte do amante de longa data. A personagem George Falcone tenta a todo o custo seguir com a sua vida e ultrapassar a dor da perda do seu companheiro.

A história foi adaptada para o cinema em 2009 com o mesmo nome, por Tom Ford (director de Animais Nocturnos), tendo como actores Colin Firth, Julianne Moore, Nicholas Hoult e Matthew Goode entre outros. Deixo-vos o link do filme e se clikarem na imagem têm acesso à página da wook onde o podem encontrar, assim como outras obras de Isherwood.

A Single Man – Trailer

“Margarita with a straw”

Sara Estrela

23 de Março de 2020

Este filme indiano dirigido por Shonali Bose retrata a vida de uma jovem indiana com paralisia cerebral e a sua luta pela aceitação pessoal. Apesar das suas limitações físicas, Laila é uma jovem com uma vida normal e uma capacidade extraordinária para a escrita, é uma jovem reconhecida no campus da universidade de Deli e apaixona-se pelo vocalista da banda para qual ela compõe letras.

Laila acaba rejeitada pelo vocalista e segue em frente com a sua vida, entretanto, candidata-se e é aceite para uma bolsa de estudo para a universidade de Nova York, ela e sua mãe partem para NY em busca da realização do sonho de Laila.

Já em NY, conhece um jovem atraente chamado Jared , que lhe é escolhido para a ajudar nas aulas. A protagonista conhece também uma activista, Khanum, uma rapariga cega, de descendência paquistanesa e Bangladesh, por quem se apaixona. As duas constroem uma relação forte em busca da independência, unindo-se e quebrando as barreiras das suas limitações físicas.

Laila contudo sente-se confusa com a sua sexualidade pois sente uma forte atração por homens (em especial Jared) enquanto tem uma relação estável com Khanum. Mesmo antes das férias de Inverno, acaba por trair Khanum com Jared. Mesmo confessando a sua traição e pedindo perdão, Khanum acaba por terminar a relação.

Este filme fala abertamente da descoberta pessoal de Laila no que toca a sua orientação sexual, mostrando que todos temos sexualidade, independentemente das limitações físicas.

“Imagine me & You”

Ana Ferreira

15 de Março de 2020

Imagine Me & You é um filme de 2005 realizado por Ol Parker e protagonizado nos papeis principais por Piper Perabo, conhecida também por participar no mítico fime “Lost and Delirius” e Lena Headey a nossa Cersei Lannister em “The Game of Thrones”.

As duas conhecem-se no casamento de Rachel (Piper Perabo) com Heck (Matthew Goode) e apaixonam-se. Luce (Lena Headey) é a florista que forneceu as flores para o casamento e tenta evitar a aproximação do casal, mas inevitavelmente os encontros acabam por acontecer e as duas tornam-se cada vez mais próximas. Os sentimentos que Rachel nutria pelo noivo são postos em causa e a relação do casal sofre um revés.

Um filme despretensioso que fala de uma história de amor de uma forma bastante simples e que nos deixa entre o sorriso e a lágrima. Aconselho para as pessoas que gostam de romances, eu já revi umas quantas vezes e a minha opinião mantém-se, um filme engraçado para nos fazer esquecer os dias cinzentos.

“I Am Not Okay With This”

Sam Blue

09 de Março de 2020

“I Am Not Okay With This” é uma série da Netflix, que estreou a 26 de fevereiro de 2020, baseada na banda desenhada homónima de Charles Forsman.

Esta estranha comédia dramática conta a história de Sydney Novak (Sophia Lillis), uma adolescente estranha e desajustada, que para além de enfrentar os demónios típicos da adolescência, enfrenta também os inerentes ao misterioso suicídio do seu pai. 

Ao passo que a história se desenrola, a vida de Syd vai-se tornando cada vez mais caótica, a sua melhor amiga Dina (Sofia Bryan) arranja um novo e estúpido namorado, o que deixa Syd com ciúmes; Syd tenta tudo por tudo para ter uma relação amorosa com o estranho Stanley Barber (Wyatt Oleff), mas sem sucesso, o que a faz sentir ainda mais ostracizada; a sua relação com a mãe, vai de mal a pior e, acima de tudo, Sydney, que continua sem respostas para o suicídio do seu pai, apercebe-se que, quando está triste, chateada, amargurada ou com ciúmes, acontecem coisas esquisitas, pessoas sangram, objetos voam ou explodem…

E é assim que Syd se apercebe que é uma adolescente com poderes telecinéticos.

Esta série tem tanto de diferente como de viciante, por isso fica desde já o aviso que, apesar do final bombástico, ainda não há confirmação para uma Segunda Temporada.

“Freeheld”

Sam Blue

01 de Março de 2020

“Freeheld – Amor e Justiça” é um filme de Peter Sollett, lançado em 2015, que se baseia na vida e luta de Laurel Hester e Stacie Andree, papeis brilhantemente interpretados por Julianne Moore e Ellen Page.

Laurel Hester (Julianne Moore) é uma polícia muito respeitada de Nova Jérsia, que dada a sua importante posição vive escondendo a sua orientação sexual, que, conhece Stacie Andree, uma jovem e simples mecânica, 19 anos mais nova. O casal vive uma bela e pacata história de amor, que acaba por dar uma reviravolta quando Laurel descobre que tem um cancro pulmonar, já num estado bastante avançado.

Dada a fatalidade inevitável inerente a esta notícia, a preocupação de Laurel com o que Stacie poderá herdar de sua parte, uma vez que, à data dos acontecimentos, o casamente entre pessoas do mesmo sexo não era legal, e, é aí que começa a sua luta para mudar a lei, de modo a deixar Stacie numa situação económica estável após a sua morte.

Este filme consegue tocar nas nossas emoções mais profundas, levando-nos a perceber que o que damos hoje como garantido, nem sempre foi uma garantia, e, retratar de forma tão simples e bela esta história de amor, força, coragem e luta.

É também de realçar que existe também um documentário sobre esta história, intitulado “Freeheld”, realizado por Cynthia Wade, que ganhou um Óscar no ano de 2008.

“Grey’s Anatomy”

Ana Ferreira

24 de Fevereiro de 2020

Grey´s Anatomy série produzida por Shonda Rhimes acompanha-nos desde 2005 e já vai na sua décima sexta temporada. Sim, anda a bater recordes de séries de drama médico e já bateu o famoso E.R. (Emergency Room) que começou na década de noventa e que contou com quinze temporadas.

Shonda Rhimes tem no currículo várias séries como Scandal, How to get away with murder, Station 19 e tal como Grey’s Anatomy são séries onde a orientação sexual e identidade de género são faladas sem tabús. A série para quem ainda não conheça passa-se num hospital em Seattle, Washington e foca as diversas equipas médicas, os seus casos e as vidas de cada pessoa que protagoniza a série, num misto entre ciência e relações.

Em quinze anos muitos actores passaram pela série mas alguns como Ellen Pompeo que interpreta Meredith Grey ainda permanecem. O nome da série deriva do nome do livro de anatomia “Gray’s Anatomy” escrito por Henry Gray em 1858 e que já vai na 41ª Edição, tendo sofrido actualizações constantes devido à evolução científica e tecnológica.

Anatomia à parte a série é uma das mais inclusivas que já vi e desde 2017 que tem inclusive um actor trans a fazer o papel de homem trans como interno do hospital. Entre pacientes que foram passando pelos vários episódios contou com várias relações homoafectivas, questões de parentalidade e com vários casos envolvendo identidade de género. Não vou revelar mais porque iria tirar o mistério a quem sentir curiosidade em ver, mas experimentem se gostarem de drama médico pois vale a pena.

“Caramel”

Ana Ferreira

17 de Fevereiro de 2020

Caramel (Sukkar banat) é um filme libanês escrito, produzido e interpretado por Nadine Labaki que estreou em 2007 no Festival de Cannes. O título foi inspirado num método de depilação usado no médio oriente semelhante a caramelo e pretende transmitir a ideia de que a vida tem vários sabores (doce, salgado, amargo entre outros). Tirando Yasmine Al Masri que pudemos acompanhar em Quantico o resto das acrizes não são conhecidas do público geral pois esta foi uma das exigências de Nadine.

A história desenrola-se em Beirute, no Líbano no salão de beleza de Layale (Nadine Labaki) onde mulheres de várias origens e idades diferentes se reúnem num misto de tratamentos estéticos e conversas íntimas. Layale é uma mulher de trinta anos que ainda vive com os pais e é amante de um homem casado, Nisrine tem vinte e oito e não sabe como explicar ao noivo que já não é virgem, Rima é lésbica mas vive fechada no armário e Rose a costureira abriu mão da sua vida pessoal para tomar conta da irmã mais velha. Sem focar os problemas políticos existentes no país Caramel faz-nos sorrir com o dia a dia destas mulheres.

Falado maioritariamente em Libanês e algumas vezes em francês este filme é uma comédia digna de ser vista e já passou inclusive na televisão portuguesa numa passagem de ano há cerca de dois ou três anos.

“The ABC’s of LGBT+”

Sam Blue

10 de Fevereiro de 2020

“The ABC’s of LGBT+ é um livro de Ashley Mardell (Ash Hardell), pessoa conhecida pelo seu canal no YouTube. Apesar desta ser uma versão paga, mais completa, existe também uma versão gratuita, intitulada “The GayBC’s of LGBT+”.

Estes livros são uma compilação de termos frequentemente associados à comunidade LGBT+ e de testemunhos de pessoas LGBT+, que se identificam com determinado termo, expondo o que esse mesmo termo significa para elas. Somos levados a entender que para além de toda a complexidade de termos existentes, existe também uma panóplia de definições associadas a cada um deles, o que é uma realidade para algumas pessoas, pode não ser uma realidade para outras, o que leva a que não tudo isto não seja algo estanque, mas sim fluído. É uma obra que pode ser consultada de forma pontual, mas que também é muito simples de ler, caso se pretenda lê-la de fio a pavio.

Ash pretende de forma muito simples e dinâmica ajudar todas as pessoas que se perdem na complexidade de identidades existentes,  que pretendem conhecer realidades diferentes das suas e todas as pessoas que queiram saber mais um pouco sobre a população LGBT+ e tudo que esta integra e abrange.

“Downton Abbey”

Ana Ferreira

03 de Fevereiro de 2020

Downton Abbey é uma série de drama histórico britânica criada por Julian Fellowes que estreou em 2010, tendo sido contemplada com diversos prémios. Grande parte das filmagens decorreu no Castelo de Highclere em Hampshire, Inglaterra.

A série conta a história da família Crawley e dos seus criados desde o naufrágio do Titanic em 1912. Uma produção brilhante com um leque de actores fantásticos como Hugh Bonneville, Maggie Smith e Jim Carter, entre outros, que nos envolve numa trama histórica da aristocracia inglesa.

Com seis temporadas que nos deixam saudades vamos acompanhando o evoluir de cada uma das personagens. Entre intrigas, atritos e paixões a vida da família e dos empregados vai-se cruzando e levando à quebra de algumas barreiras comportamentais.

A série foca diversos temas desde traumas de guerra, prostituição, homofobia, emancipação da mulher, a luta de classes, o preconceito racial entre outros. De salientar a personagem Thomas Barrow interpretada por Robert Collier, um criado que tende a esconder a sua orientação sexual por se sentir isolado e discriminado (a homossexualidade foi considerada crime em Inglaterra até 1967).

Em Setembro de 2019 regressámos mais uma vez a Downton Abbey, mas desta vez em filme, numa espécie de despedida a todas as personagens que nos acompanharam durante cinco anos. Ficam as saudades e deixo uma sugestão sem personagens LGBTI+ para o caso de terem curiosidade em conhecer mais alguma coisa de Julian Fellowes, Belgravia um romance editado em 2017.

“Years and Years”

Ana Ferreira

26 de Janeiro de 2020

Years and Years foi escrita por Russell T. Davies (criador de Queer as Folk) e exibida pela BBC e HBO em 2019 e transporta-nos para uma Inglaterra pós-Brexit, repartindo-se entre a evolução da família Lyons e os dramáticos acontecimentos mundiais.

Emma Thompson é Vivienne Rook uma celebridade que ingressa na política devido ao seu potente mediatismo e enquanto esta vai singrando no governo os Lyons vão tentando sobreviver a todas as alterações que vão surgindo em termos tecnológicos, legislativos, económicos, sociais e ambientais.

Num formato em que os anos passam a correr, os acontecimentos não são de todo fantasiosos sobretudo num mundo onde a internet e as tecnologias se infiltram cada vez mais no seio das nossas relações e fazem girar o mundo. A minissérie tem 6 episódios que nos deixam colados ao ecrã a ansiar pelo que vai acontecer a cada uma das personagens.

Talvez a realidade para a qual Years and Years nos transporta esteja longe de acontecer mas de uma forma ou de outra no final da série pensamos duas vezes se já não vimos isto em algum lado.

“The Miseducation of Cameron Post”

Sam Blue

19 de Janeiro de 2020

“The Miseducation of Cameron Post” é um drama realizado por Desiree Akhavan, baseado no livro homónimo, lançado em 2012, escrito por Emily M. Danforth.

Esta filme leva-nos até 1993, e, conta-nos a história de Cameron Post, uma adolescente órfã, que vive com os seus tios cristãos devotos, e que vive um romance com a sua melhor amiga, sem ninguém saber, vivendo uma vida dupla. Na noite do Baile de Finalistas, Cameron é apanhada com a boca na botija (ou melhor, na sua amiga) pelo seu namorado, e, é depois deste episódio que a sua tia decide enviá-la para um centro de conversão para adolescentes homossexuais. 

Neste centro, somos levados a conhecer a história de vários adolescentes, que, obrigados pelas suas famílias, lutam contra a sua natureza. Conhecemos a história de Jane Fonda, uma rapariga que foi educada num acampamento hippie, a de Erin, colega de quarto de Cameron, que acredita piamente que a terapia funciona, a de Adam Red Eagle, um nativo americano Dois-Espíritos, cujo pai se converteu ao Cristianismo, a de Mark, que foi enviado para o campo por ser demasiado feminino, entre muitas outras.

Inevitavelmente, e apesar dos seus esforços por se manter afastada de tudo e todos, Cameron acaba por fazer amigos, tornando-se muito próxima de Jane Fonda e Adam Red Eagle, e, em conjunto, os três vão-se ajudando mutuamente para tornar a vida no centro mais fácil. Mas, quando um dos seus colegas tenta suicidar-se, apercebem-se do quão errada é a batalha que os obrigam a travar naquele sítio, por isso, arquitectam um plano de fuga. Será que conseguiram fugir?

Embarquem neste filme para descobrir se os três amigos conseguem fugir, sem claro, deixar de reflectir no quão errado é batalharmos contra nós mesmos, e, no quão desesperantes são as crenças dos outros quando impostas sobre nós.  

“Modern Love”

Ana Ferreira

13 de Janeiro de 2020

Modern Love uma série com oito episódios e uma história por detrás destes. Entre a comédia romântica com um humor pouco americano ainda que se passe em Nova Iorque, esta podia ser apenas mais uma série recheada com alguns actores bem conhecidos como Dev Patel, Anne Hathaway, Tina Fey entre outros.

Segundo o que conseguimos descobrir Modern Love baseia-se num conjunto de cartas enviadas para uma coluna do New York Times por pessoas que descrevem ter vivido estas histórias.

Os episódios podem ser vistos sem qualquer ordem específica excepto o último que nos conta o final de todas as histórias, por isso nada de batotice. Entre amores e desamores, parentalidade, homossexualidade, doença mental, casamentos e funerais a série é uma montanha russa de sentimentos.  Em oito episódios Modern Love aborda estes e outros temas de uma forma simples mas bastante realista.

“Nuit Blanche”

Sam Blue

06 de Janeiro de 2020

“Nuit Blanche” é o primeiro livro de Catarina Fernandes, escritora portuguesa oriunda de Vila Nova de Gaia. Sendo este um livro de leitura rápida e leve, até mesmo para os mais preguiçosos! Conta-nos a história de um mundo fantástico amaldiçoado pelo Deus do Sol. Nas Terras de Gwak a maldição impede que os seus habitantes tenham dois filhos do mesmo sexo. 

É neste mundo que vivem Annabelle e Sam, e, é nele que se desenrola a sua história de amor… Annabelle e Sam conhecem-se desde sempre, sempre foram apaixonados, ansiando pela Nuit Blanche (noite em que os rapazes e raparigas das Terras de Gwak partem à procura do seu verdadeiro amor), para poderem expressar o quanto se desejam e amam.

No entanto, a família de Sam esconde um terrível segredo, que vai mudar a perspectiva como estas personagens vêem o seu mundo e se relacionam, levando-as a descobrir o verdadeiro porquê de existir tamanha maldição.

Sam e Annabelle ensinam-nos que nem sempre a realidade é algo linear, mas que o que o amor junta, nem mesmo a maldição de um deus pode separar.

Scroll to Top